quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Eu quero voltar!!!

Eu tenho pensado bastante na minha vida. Mais na profissional do que em qualquer outra coisa e cheguei à conclusão de que eu não gosto de obra. De uma só obra. Porque aqui eu tenho uma rotina infernal, e eu odeio rotina. Eu sei exatamente o que vou fazer amanhã e nos próximos cinco meses, e isso me desespera.

Quando eu vim para cá, pensava que seria diferente. Mas aí, meu trabalho não evoluiu, não tenho o respaldo que eu preciso para que as coisas funcionem e isso me decepciona. É como se eu tivesse fracassado, mas eu sei que a culpa não é minha.

A saudade de casa, e da minha vida em São Paulo, das coisas que eu fazia lá, também contribuem bastante para que eu só pense eu voltar.

Eu sei que meu salário lá não vai ser nunca o que eu ganho aqui. Porque para vir para cá, quase que triplicaram o que eu ganhava, mas de que adianta ganhar muito, se eu nem tenho o que fazer com o dinheiro. Por exemplo, não posso comprar um carro aqui, e se comprar no Brasil vai ficar parado por três meses e ser utilizado de fato quatro vezes ao ano. Sabe, eu prefiro ganhar menos, mas ter a minha vida de volta.

Aqui eu dependo da empresa que eu trabalho para quase tudo. E não decido quase nada da minha vida. Onde eu vou morar, onde eu como, quando eu posso ir pra casa, o que eu vou fazer no final de semana, quase tudo é definido pela empresa. E eu não gosto de me sentir presa a nada, nem a ninguém. Aqui, eu me sinto como um passarinho que tem o melhor alpiste do mundo, mas não pode sair da gaiola.

E ainda não posso ser eu mesma, em momento algum, nem quando eu não estou trabalhando. Já falei disso aqui, e o quanto isso me deixa triste.

Eu gosto muito de trabalhar na empresa em que trabalho. Muito mesmo. Na verdade, eu gostava de trabalhar lá em São Paulo, onde eu não sabia se amanhã eu estaria na Avenida Angélica ou no sertão do Piauí.

Por isso tudo que eu quero tanto voltar...


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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Presente de Aniversário

Como podem ver no contador ao lado, faltam 20 e poucos dias pra eu ir pra casa. E também faltam 20 e poucos dias para meu último aniversário de 20 e todos (@deisezinha).

Essa última década da minha vida não foi fácil. A adolescência foi bem mais fácil do que os 20 e todos.

Eu mudei tanto, mas tanto, que lendo o pouco que sobrou de uns diários que eu escrevia (porque eu queimei tudo na fogueira da saudade) não me reconheço. Comecei a casa dos 20 começando uma faculdade e saio dela começando ainda uma faculdade. Eu tinha um pai super saudável, que eu nunca imaginava que ficaria doente antes de todo mundo, já que sempre disse que viveria até os 106 anos e se esforçava para isso.

Nos últimos anos, eu sempre faço uma lista de presentes que eu quero no meu aniversário. Este ano eu só queria uma coisa: que o sofrimento dos meus pais terminasse. Ou que meu pai se libertasse do que o prende por aqui e fosse ser feliz em outro lugar e minha mãe pudesse ter uma vida melhor e menos cheia de preocupações ou então, que ele se curasse e voltasse a ser como era antes. Falante, caminhante e o apoiador da família toda, nas coisas mais bestas.

Eu me lembro a última vez que saí com meu pai. Só eu e ele. Há meses eu tinha visão dupla e numa consulta no oftalmologista descobri que tinha um edema no nervo óptico, que podia ser provocado por um tumor no cérebro. E meu pai era meu acompanhante nas consultas com o neurologista e nos exames estranhos que tinha que fazer, porque eu não conseguia andar sozinha enxergando tudo embaçado e em dobro.

Pois bem, na última vez que saímos juntos, fui fazer um exame que se chama Potencial Evocado Óptico, a doença dele já estava se manifestando, mas a gente ainda não sabia. Eu sempre odiei caminhar com ele porque ele mede 1,90 m e um passo que ele dava era o equivalente a três meus. E nesse dia, eu me lembro bem, ele me disse: eu não consigo mais andar como eu andava antes, parece que minhas pernas estão pesadas e elas não me obedecem.

Isso faz dois anos. Hoje, ele não anda, não fala, mal pode mexer o dedo indicador da mão direita. Come por uma sonda, precisa de alguém pra virar ele na cama, para colocar sua perna de uma forma mais confortável e quase não sustenta mais a cabeça no seu pescoço. E tudo isso com a consciência e inteligência intactas.

Por isso que tudo que eu mais quero de presente de aniversário é que esse sofrimento todo acabe. De uma forma ou de outra, será o melhor para todos nós. Principalmente pra ele...



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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

10 anos

Hoje faz dez anos que você sentou naquele banco do caracol da federal e abriu meu fichário e perguntou quem era Vivian. Eu me lembro muito bem desse dia, como se tivesse acontecido ontem à noite.

Depois desse dia, minha vida nunca mais foi igual. Durante uns meses fomos amigos, eu disse para sua mãe, que era minha professora, que me casaria com você, no dia que você foi à minha sala pedir três reais pra ir pra casa, que na verdade era pra comprar cerveja no bigode. E um dia, sentados numa mesa desse mesmo bigode, você pediu pra falar comigo lá fora. E eu fui. E você disse que queria me beijar e a minha resposta foi: você é grande demais pra mim. Mas mesmo assim a gente se beijou.

A importância da sua vida na minha não tem como medir. Depois de você eu fiquei menos ingênua, mais forte, me sentia bonita de verdade, do jeito que eu sou. Com você eu descobri tantas coisas, fiz tantas coisas, virei mulher de verdade.

E hoje também faz um ano que a gente se beijou pela última vez. E eu sinto tanto a sua falta nesses dias, queria tanto poder falar com você, e ter uma conversa interminável como as que a gente tinha quando tudo começou.

Eu conheci alguns outros depois de você, alguns melhores, outros bem piores e eu sei que ainda posso conhecer outros, mas você talvez seja para sempre aquela pessoa com quem eu sei que poderia passar a vida. É o único que eu não preciso de disfarce, não preciso mentir nem dizer nada, porque consegue me ler direitinho. Você é a única pessoa até hoje que sabe onde é que tem que me tocar, como é que tem que fazer pra me deixar apaixonada. É a única pessoa que eu não tenho vergonha de ficar nua na frente. Você é a única pessoa que eu imagino sendo pai dos meus filhos.

Eu te amo muito, mesmo depois de tanto tempo, de uma forma muito mais serena do que há dez anos, mas eu te amo. E sempre vou amar, de uma forma ou de outra.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Deu vontade de voltar

Fugi desse país e fui buscar
Qualquer outro lugar
Pra tentar ser feliz
Deu vontade de voltar
(Mauro Motoki / Habacuque Lima / Fabio Pinczowski)



Porque fugir não fez efeito e muito menos encontrei as respostas que eu pensei que encontraria longe de tudo. Só está me cusando mais dor...





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