segunda-feira, 27 de julho de 2009

O inferno são os outros

Sabe, eu não obrigo ninguém a gostar de mim. Não mesmo, aliás, nem faço questão de ser simpática, porque eu sou o que sou e ponto. Agora, imagine forçar alguém a ser meu amigo. Não mesmo. Amizade se constrói não se obriga ou se furta. Como bem disse a Dani uma vez para mim: ninguém assinou contrato, mas sinceridade é legal...

Bem disse o Sartre, que o inferno são os outros*... se não existisse mais ninguém no mundo além de você, 95% dos problemas que temos simplesmente não existiria. Porque os problemas sempre são causados por outras pessoas.

Eu perdi a fé na humanidade há muito tempo. Muito mesmo. Eu não acredito mais em ninguém, nem em nada, eu só acredito em mim. E mesmo assim, acredito desacreditando.
Eu estou aprendendo a ser só. Porque eu só posso precisar de mim mesma, e me bastar como companhia.

E os outros? Eles são meu inferno particular. Todos eles...



*** *** ***


*Só a convivência é capaz de me dar a certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. Daí vem a idéia de que "o inferno são os outros", ou seja, embora sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar sua convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria sentido.


*** *** ***


Observação: eu disse que não queria mais escrever nesse blog, mas existem insatisfações que não podem ser postadas em 140 caracteres


...



terça-feira, 21 de julho de 2009

Obrigada pela (des)atenção dispensada

Eu estou postergando um post nesse blog há dias, porque eu estava esperando passar o impacto dos acontecimentos bizarros na minha vida na semana passada.

Não tenho muito que dizer, nem sei pra que eu resolvi fazer um blog contando sobre a minha vida aqui. Talvez eu achasse que aconteceriam muitas coisas relevantes, mas eu trabalho feito uma moura (que sou), e chego tão cansada em casa às 9, 10 da noite, com raríssimas exceções, que eu simplesmente não quero fazer nada.

Talvez, se eu não estivesse aqui, eu não sairia da minha confortável cama nem pra trabalhar, porque essa é a única coisa que eu quero fazer ultimamente: dormir até tudo passar. O pior é que eu não sei o que é o tudo que eu quero que passe.

Veja, eu tomo remédios homeopáticos porque eu não tenho coragem de tomar uns alopáticos, que talvez me fizessem bem. Tomo remédio pra dormir, remédio pra relaxar os músculos, pra acordar. Minhas crises de ansiedade estão cada vez mais freqüentes. Eu acordo desesperada de madrugada e não consigo mais dormir. Eu tomo meu remédio pra dormir às 10 da noite e só consigo dormir a uma da manhã e quando são quatro e meia eu acordo e não há oração, mantra, meditação que me faça voltar a dormir. Dá pra perceber pelas minhas olheiras postadas quase que diariamente no daily mugshot. E nem um psicólogo eu posso procurar porque eu não saberia dizer o que sinto em espanhol.

Faz um ano que eu choro quase que diariamente. Isso porque eu não chorava muito mais não. Agora, qualquer desatenção, até mesmo do porteiro do meu prédio que não responde meu buenas noches, eu choro. Eu choro vendo TV. Eu choro porque quebrei a unha. E eu detesto chorar assim, sem mais nem por que.

Já pensei que eu estou assim porque aqui eu tenho que fingir o que eu não sou o tempo todo. E tenho que conviver com pessoas que eu não gosto. Todos os dias. É isso, ou ficar em casa chorando enquanto assisto two and a half men.

Eu fico aqui pensando se tudo isso vale mesmo a pena... Se sentir tanta saudade de casa, apesar de gostar da independência que tenho aqui, se não conseguir dizer o que sinto, e nem ter pra quem dizer vale mesmo a pena, entre tantas outras coisas que me chateiam, me magoam e me enfurecem...

Por isso, pra não ter que compartilhar essas coisas com o mundo que vem até aqui procurando o valor do peso em real, ou quanto custa comer por aqui, eu vou parar de escrever por enquanto. Vou parar de escrever aqui, continuar surtando lá no twitter, que é mais rápido, emocional e impulsivo do que um blog, que tem que ser escrito com vontade, escrito direito.

Talvez, quando eu me encontrar de novo, eu volte aqui. Pode ser daqui um dia, daqui um mês, quem é que sabe. Mas enquanto eu estiver perdida como estou agora, é melhor parar.



.

domingo, 12 de julho de 2009

Eu odeio a burocracia burra chilena

Então, eu gosto do Chile, adoro Santiago, mas existem duas coisas aqui que me irritam muito:

- Nada abrir de domingo. Isso me irrita muito. Porque veja bem, em São Paulo, quase tudo está aberto de domingo e se você estiver com disposição e tiver dinheiro o suficiente, consegue achar qualquer coisa que precise num domingo. E aqui, mal tem lugar pra comprar pão.

- A BUROCRACIA para contratar um serviço qualquer. Veja bem, eu tenho dinheiro, eu tenho uma casa, eu tenho um visto. E qualquer coisa que eu precise aqui, é uma dor de cabeça para conseguir que eu quase desisto. Essa semana foi a TV a cabo/telefone/internet. Me pediram até o contrato de aluguel de onde eu moro. Me recusei e disse, então está bom, vocês perdem um cliente que quer contratar um serviço que nem é barato por que são idiotas. Sem contar que por eu não ter uma pontuação sabe lá em que caralho de lugar, tenho que pagar mais pelas coisas. Eu não sei como funciona no Brasil, mas eu DUVIDO, que seja uma coisa tão burocrática. Tendo um CPF e dinheiro pra pagar suas contas, dane-se. Perguntei pra mocinha que me ligava insistentemente se ela não queria também um exame de fezes... certeza que não entendeu o chiste. Semana que vem a briga será para abrir uma conta num banco. Já estou até vendo.

Me desculpem os chilenos que lêem este blog, se é que há algum, mas eu acho que apesar de toda a educação formal que se recebe neste país a ditadura deixou o povo um pouco limitado intelectualmente.

Infelizmente...

...

Eu tenho vontade de rever as coisas dos anos que se passaram, mas eu joguei tudo fora, porque não cabia mais guardar tudo o que sentia por você.

Eu queria ver aquelas fotos de quando nos conhecemos, as fotos em que éramos felizes o suficiente para nos bastarmos.

Eu queria ver você aqui, eu queria você ao meu lado, ocupando todo o espaço da cama, e dormindo como um bebê nas tardes frias de domingo.

Mas você não está aqui, nem vai estar. E nem as minhas melhores lembranças do que um dia fomos vai fazer com que tudo seja como era.


Eu sinto sua falta, mas eu sei que não deveria sentir.