terça-feira, 21 de julho de 2009

Obrigada pela (des)atenção dispensada

Eu estou postergando um post nesse blog há dias, porque eu estava esperando passar o impacto dos acontecimentos bizarros na minha vida na semana passada.

Não tenho muito que dizer, nem sei pra que eu resolvi fazer um blog contando sobre a minha vida aqui. Talvez eu achasse que aconteceriam muitas coisas relevantes, mas eu trabalho feito uma moura (que sou), e chego tão cansada em casa às 9, 10 da noite, com raríssimas exceções, que eu simplesmente não quero fazer nada.

Talvez, se eu não estivesse aqui, eu não sairia da minha confortável cama nem pra trabalhar, porque essa é a única coisa que eu quero fazer ultimamente: dormir até tudo passar. O pior é que eu não sei o que é o tudo que eu quero que passe.

Veja, eu tomo remédios homeopáticos porque eu não tenho coragem de tomar uns alopáticos, que talvez me fizessem bem. Tomo remédio pra dormir, remédio pra relaxar os músculos, pra acordar. Minhas crises de ansiedade estão cada vez mais freqüentes. Eu acordo desesperada de madrugada e não consigo mais dormir. Eu tomo meu remédio pra dormir às 10 da noite e só consigo dormir a uma da manhã e quando são quatro e meia eu acordo e não há oração, mantra, meditação que me faça voltar a dormir. Dá pra perceber pelas minhas olheiras postadas quase que diariamente no daily mugshot. E nem um psicólogo eu posso procurar porque eu não saberia dizer o que sinto em espanhol.

Faz um ano que eu choro quase que diariamente. Isso porque eu não chorava muito mais não. Agora, qualquer desatenção, até mesmo do porteiro do meu prédio que não responde meu buenas noches, eu choro. Eu choro vendo TV. Eu choro porque quebrei a unha. E eu detesto chorar assim, sem mais nem por que.

Já pensei que eu estou assim porque aqui eu tenho que fingir o que eu não sou o tempo todo. E tenho que conviver com pessoas que eu não gosto. Todos os dias. É isso, ou ficar em casa chorando enquanto assisto two and a half men.

Eu fico aqui pensando se tudo isso vale mesmo a pena... Se sentir tanta saudade de casa, apesar de gostar da independência que tenho aqui, se não conseguir dizer o que sinto, e nem ter pra quem dizer vale mesmo a pena, entre tantas outras coisas que me chateiam, me magoam e me enfurecem...

Por isso, pra não ter que compartilhar essas coisas com o mundo que vem até aqui procurando o valor do peso em real, ou quanto custa comer por aqui, eu vou parar de escrever por enquanto. Vou parar de escrever aqui, continuar surtando lá no twitter, que é mais rápido, emocional e impulsivo do que um blog, que tem que ser escrito com vontade, escrito direito.

Talvez, quando eu me encontrar de novo, eu volte aqui. Pode ser daqui um dia, daqui um mês, quem é que sabe. Mas enquanto eu estiver perdida como estou agora, é melhor parar.



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