domingo, 28 de junho de 2009

Com açúcar, com afeto

Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.
(Chico Buarque - Com açúcar, com afeto)


Eu não posso ir te ver porque eu não sei o que vai acontecer. Eu não sei se eu ainda, depois de todos esses anos, gosto de você. Na verdade eu não sei se eu não gosto o suficiente pra só tomar umas cervejas e não ficar mal por isso.

Sabe, quando você foi embora, me deixou muito sem chão. Eu não sabia ser eu sem você. Eu não sabia mais ser solteira, não sabia mais ter amigos que não fossem os nossos, não sabia mais viajar se não fosse para os lugares que não fossem os nossos.

E aí, naquele 24 de maio a gente já não estava mais bem. A gente já não era “nós” há muito tempo, mas eu insistia porque eu te amava muito pra ter que ser eu sem você. Mas eu aprendi a ser eu sem você. Eu nunca mais namorei ninguém, aliás, eu nunca mais gostei de ninguém como eu gostei de você. Por isso eu tenho tanto medo. Enquanto você é uma foto mal tirada que eu olho às vezes na tela do computador eu estou bem. Mas eu sei que quando eu olhar pra você eu vou sentir o mesmo frio na barriga que eu sentia quando te via entrar no saguão da Federal.

Por isso tudo, e por tudo que eu senti por você, acho melhor continuar assim, sem te ver, sem se falar, sem nada.

A gente é bem melhor assim...







*

Nenhum comentário: